06 outubro 2011

16 março 2011

completamente à part



Bande à part . 1964
Jean Luc [cinema] Godard

22 fevereiro 2011

la vista y la alma

Por la vista el bien y el mal nos llegan. Ojos que nada ven, almas que nada esperan.

Carlos Pellicer
[poeta mexicano]

.

10 janeiro 2011

io sono l'amore



io sono l'amore . 2009
Laca Guadagnino . realização
Yorick Le Saux . fotografia
John Adams . música

07 dezembro 2010

la terra trema



bello e triste. a guardare.

la terra trema. luchino visconti. 1948

04 novembro 2010

weird nice video

el guincho . bombay

21 outubro 2010

to live


ikiru .
akira kurosawa . 1952

09 agosto 2010

no português como na arquitectura

"Meditei hoje, num intervalo de sentir, na forma de prosa de que uso. Em verdade, como escrevo? Tive, como muitos têm tido, a vontade pervertida de querer ter um sistema e uma norma. É certo que escrevi antes da norma e do sistema; nisso, porém, não sou diferente dos outros.

Analisando-me à tarde, descubro que o meu sistema de estilo assenta em dois princípios, e imediatamente, e à boa maneira dos bons clássicos, erijo esses dois princípios em fundamentos gerais de todo estilo: dizer o que se sente exactamente como se sente — claramente, se é claro; obscuramente, se é obscuro; confusamente, se é confuso —; compreender que a gramática é um instrumento, e não uma lei.

Suponhamos que vejo diante de nós uma rapariga de modos masculinos. Um ente humano vulgar dirá dela, «Aquela rapariga parece um rapaz». Um outro ente humano vulgar, já mais próximo da consciência de que falar é dizer, dirá dela, «Aquela rapariga é um rapaz». Outro ainda, realmente consciente dos deveres da expressão, mas mais animado do afecto pela concisão, que é a luxúria do pensamento, dirá dela, «Aquele rapaz». Eu direi, «Aquela rapaz», violando a mais elementar das regras da gramática, que manda que haja concordância de género, como de número, entre a voz substantiva e a adjectiva. E terei dito bem; terei falado em absoluto, fotograficamente, fora da chateza, da norma, e da quotidianidade. Não terei falado: terei dito.

A gramática, definindo o uso, faz divisões legítimas e falsas. Divide, por exemplo, os verbos em transitivos e intransitivos; porém, o homem de saber dizer tem muitas vezes que converter um verbo transitivo em intransitivo para fotografar o que sente, e não para, como o comum dos animais homens, o ver às escuras. Se quiser dizer que existo, direi «Sou». Se quiser dizer que existo como alma separada, direi «Sou eu». Mas se quiser dizer que existo como entidade que a si mesma se dirige e forma, que exerce junto de si mesma a função divina de se criar, como hei-de empregar o verbo «ser» senão convertendo-o subitamente em transitivo? E então, triunfalmente, antigramaticalmente supremo, direi «Sou-me». Terei dito uma filosofia em duas palavras pequenas. Que preferível não é isto a não dizer nada em quarenta frases? Que mais se pode exigir da filosofia e da dicção?

Obedeça à gramática quem não sabe pensar o que sente. Sirva-se dela quem sabe mandar nas suas expressões. Conta-se de Sigismundo, Rei de Roma, que tendo, num discurso público, cometido um erro de gramática, respondeu a quem dele lhe falou, «Sou Rei de Roma, e acima da gramática». E a história narra que ficou sendo conhecido nela como Sigismundo «super-grammaticam». Maravilhoso símbolo! Cada homem que sabe dizer o que diz é, em seu modo, Rei de Roma. O título não é mau, e a alma é ser-se."


Livro do Desassossego

Bernardo Soares

10 julho 2010

lesson from sweden

wonderful day.

01 maio 2010

il gattopardo

itália, sicilia, arquitectura, paisagem, gentes e tempos



burt lancaster
claudia cardinale
alain delon

il gattopardo . 1963 . luchino visconti

19 abril 2010